Quando era mais pequena recorria à minha mãe sempre que me deparava com algum aperto, fosse ele qual fosse. Ela estava sempre lá para me dar o seu colo gratuito e garantido.
Muitas vezes penso na minha mãe. No que ela me ensinou e no que ela me continua a ensinar.
Ainda hoje continuo a recorrer a ela mais vezes do que provavelmente seria de esperar de uma menina-mulher-mãe. Porque, no fundo é isso que eu sou: mulher-mãe mas menina. A menina da minha mãe!
Lembro-me das primeiras vezes que o Vicente ficou doente ou daquela vez que ele bateu com a boca no chão e ficou a sangrar. O meu primeiro instinto foi ligar à minha mãe pois ela saberia o que fazer. Porque é assim, não é? As mães tudo sabem! Mas, de repente, caiu-me a ficha: "Flávia, tu também és mãe, por isso: DESENRASCA-TEEEE!". E foi isso mesmo que eu fiz!
Mas a minha mãe será sempre a minha mãe e a tendência para recorrer a ela não me parece que vá desaparecer. De igual modo, eu serei sempre a sua a filha e o seu instinto protetor também não me parece que vá a lado algum!
E quando penso nas preocupações que poderão atormentar a vida da minha mãe, penso, inevitavelmente, em mim! Eu, enquanto cria dela, serei sempre motivo de preocupação. Afinal, mãe é e será sempre mãe e filhos criados trabalhos dobrados!
E é aqui me ocorrem os medos e preocupações da minha mãe quando eu engravidei e principalmente quando fui para o hospital para ter os meus bebés.
- Enquanto os outros querem saber do bebé, a mãe da mãe quer, primeiramente, saber da sua filha.
- Enquanto os outros querem uma foto do bebé, a mãe da mãe quer fazer uma chamada com a filha para ouvir a sua voz e ter a certeza que está tudo bem.
- Enquanto todos querem pegar no recém nascido, a mãe da mãe quer abraçar a sua cria e dizer-lhe que está ali para ela.
- Enquanto todos desaparecem porque o bebé já não é novidade, a mãe da mãe permanece lá e para sempre.
Sou grata por ter uma mãe.
Sou grata por ter a minha mãe.
E termino este texto emocionada, porque sei o que é ser mãe e sei o que é amar alguém mais do que a nós próprios. E aquela senhora, que está a Km de distância de mim e que faz anos hoje, ama-me desta forma maravilhosa e incondicional. E se eu a amo?! Ah se eu a amo!
Mãe, obrigada. Por tudo!
Flávia
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