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MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM TRAZ MUITO STRESS NA BAGAGEM

Ser mãe é a experiência mais maravilhosa pela qual uma mulher pode passar. Mas ser mãe pela primeira vez pode ser a experiência mais assustadora pela qual uma mulher pode passar. Não a mulher que foi mãe, mas a mulher que convive com a recém-mamã! :) É que a maioria das recém-mamãs têm o dom de tirar qualquer um do sério com tanta pequice. Mas tudo tem uma explicação. Conto-vos a minha experiência, agora.



O meu último mês de gravidez foi um misto de sentimentos. Se por um lado queria conhecer o meu filho, por outro lado, saber que ele ia deixar de estar na minha barriga deixava-me completamente doida. Foram nove meses em que o Vicente foi "só meu". Eu é que o carregava. Eu é que o alimentava. Eu é que o sentia. E de repente… puff, passou a ser do mundo!

É claro que apresentar o meu pequenote a toda a família e amigos foi maravilhoso. Sentir o carinho que tais pessoas sentiam por ele aquecia-me (ainda mais) o coração. Mas saber que qualquer pessoa lhe podia tocar, pegar, alimentar (sim, o Vicente começou com leite artificial ainda na maternidade, mas esta história fica para depois), adormecer, … deixava-me com o coração apertado.

Quando o Vicente nasceu a minha insegurança aumentou. Eu passei a ser a mãe! Sabem aquela pessoa a quem nós recorremos sempre que precisamos de algo? Eu passei a ser essa pessoa para o Vicente. Aquele pequeno ser de 3,2 Kg, olhos castanhos, covinha na bochecha e pele branca, dependia a 100% de mim. E isto tem tanto de maravilhoso como de assustador. Quando me colocaram o Vicente pela primeira vez nos braços pensei: e agora? De repente percebi que não sabia nada. Que de toda a teoria que aprendi até à prática ia um grande caminho.

As coisas no hospital correram muito bem, até ao dia da alta: o dia em que o Vicente se engasgou no meu colo e o meu instinto de mãe se ligou imediatamente. Sem pensar um segundo, virei-o, bati-lhe nas costas (sinceramente não sei bem o que fiz!) e o meu fofinho voltou a respirar. Fui aterrorizada para casa mas com a certeza de que o meu instinto estava a funcionar.

SIM! É mesmo como todas as mães dizem: o nosso instinto diz-nos tudo o que o nosso bebé precisa. Futuras mamãs, só têm de respirar fundo, manter a calma e fazer o que sentem que devem fazer. Pois isso será de certeza o melhor para o vosso filho.



Mas é quando chegamos a casa que a nossa capacidade ser mãe, mulher, esposa e dona de casa é posta à prova. E se já vamos inseguras, imaginem como ficamos quando de repente todas as pessoas parecem saber mais sobre o nosso filho do que nós e têm uma palavra a dizer sobre as decisões que tomamos em relação a ele: "Tens de deixá-lo chorar", "Tens de lhe dar comida porque ele tem fome", "Tens de tapa-lo porque ele tem frio", "Tens de o levar à rua", "Tens de, tens de, tens de"… .

Se é para oferecerem tantos "Tens de…", então porque não optam por dizer: "Tens de fazer aquilo que melhor sabes e que melhor consegues fazer", "Tens de seguir o teu instinto", "Tens de acreditar em ti", "Tens de simplesmente dar amor e carinho ao teu filho", "Tens de borrifar-te para todos os outros «tens de» que não constam desta lista". E podiam terminar com um "Não tens de ter receio pois estás a ir muito bem".

Todos os comportamentos alheios a complementar com as hormonas, insegurança, medo e falta de experiência levam a que as recém-mães se passem e se tornem verdadeiras motherzillas. Pelo menos foi o que aconteceu comigo.

Não admitia que me dessem conselhos não solicitados, que dessem opiniões diferentes da minha, que questionassem as minhas decisões, que pegassem no meu filho sem me perguntar, que abanassem o pequenote mesmo quando eu dizia para não abanar, que lhe tocassem nas mãozinhas, que lhe dessem beijinhos, que questionassem o meu excesso ou escassez de colo. Enfim...

Foram meses muito complicados. Sei que não facilitei a vida às pessoas que gostam de mim (e que espero não terem deixado de gostar no entretanto) e que tão simpaticamente me foram visitar quando o Vicente nasceu. A todas essas pessoas, as minhas mais sinceras desculpas.

Já não estou tão motherzilla mas o complicómetro ainda não se desligou. O meu bebé ainda está aqui bem guardadinho debaixo da minha asa de mãe galinha. 

E é isto. As recém mães não mudam a sua personalidade. As recém mães mascaram o medo e insegurança que têm com respostas mais agressivas ou comportamentos menos bonitos. Não pensem que achamos que sabemos tudo. Nada disso! Nós temos plena noção de que sabemos pouco mas sentimos que temos a obrigação de saber tudo e acabamos por agir assim.



Para vocês que têm uma familiar/amiga que teve um bebé, respirem fundo muitas vezes, controlem os vossos comentários e, muito importante, abracem-na, digam-lhe o quão orgulhosas estão dela e, claro, digam para ela não ter receio pois está a ir muito bem. :) Lembrem-se que foram nove meses em que ela foi o centro das atenções e que continua a precisar (talvez ainda mais!) de muito mimo e atenção.

Um grande beijinho para as futuras mamãs, recém-mamãs e muita calma para os familiares e amigos delas. ;)

Até 3f,
Flávia




Comentários

  1. Que bem Flávia!! Muitos parabéns pelo blog, está tão incrível que até desperta o meu relógio biológico :P

    Beijinho grande*

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    Respostas
    1. Que maravilha Flavia.. Parabéns pelo percurso do teu blog, tem posts muito interessantes.. E sabes, não sei se por vezes tem o mesmo pensamento que eu mas, as vezes gostava de conseguir pegar no meu biju e colocá-lo outra vez da barriga PARA SER/SENTIR QUE É SÓ MEU 😁.. BIJU ❤️

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    2. Por acaso nunca pensei nisso ahahaha penso é em ter outro na barriga 🤣

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    3. Obrigada pelas palavras minha querida amiga ❤

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