No primeiro dia de aulas da licenciatura, eu e os meus colegas, fomos confrontados com a pergunta "O que é mais perigoso para uma criança: uma piscina ou uma pistola?". A resposta do professor foi que, estatisticamente, existem mais acidentes com piscinas do que com pistolas. E isto dá que pensar. Hoje falo-vos sobre a segurança dos nossos bebés.
Retomo, assim, o meu blogue após umas pequenas "férias" que me souberam muito bem mas que, para minha felicidade e espanto, deixaram muitas pessoas com saudades.
Em primeiro lugar quero justificar esta minha ausência. Não tem sido fácil conciliar o trabalho, as lides domésticas, as responsabilidades de mãe e, ainda, a gravidez. No próximo Estendal falar-vos-ei sobre as diferenças entre as minhas duas gravidezes. Estou espantada com o quão diferente uma segunda gravidez pode ser da primeira. Mas conto-vos tudo na próxima semana. ;)
Hoje vamos falar sobre a segurança dos nossos filhos. As preocupações de uma mãe aumentam com o tempo e nunca terminam. Esta é a mais pura das realidades. A segurança dos nossos filhos é uma das coisas que mais nos atormenta. Algumas coisas não conseguimos controlar, mas há muitas que conseguimos e é sobre essas que vos falo.
Antes de avançar com o tema, queria deixar um ponto para reflexão. Nos países nórdicos é comum expor a criança ao perigo de forma a que esta perca o interesse e, rapidamente, o perigo deixe de existir. Por estes lados, acontece exatamente o contrário: se é perigoso vamos proteger. Quem estará certo? Eu considero-me uma mãe relaxada q.b.. Sei que poderia ser muito mais mas também sei que o meu coraçãozinho não iria ter descanso se, por exemplo, houvesse alguma tomada cá em casa desprotegida.
À medida que os nossos filhos crescem, novos perigos aparecem! Até aos três meses, a nossa preocupação recai essencialmente sobre a posição em que o bebé dorme, os objetos que devem ou não estar na cama, a temperatura da água e pouco mais. É quando o bebé começa a rebolar e posteriormente a ter alguma autonomia como gatinhar ou andar, que o sossego e o descanso dos pais termina.
Deixo-vos uma lista (não exaustiva porque de certeza que amanhã o Vicente me apresenta um novo perigo) de cuidados que considero importantes para garantir a segurança dos nossos filhos nos primeiros dois anos de vida.
1. Não deixar o bebé sozinho em sítios altos
Ninguém sabe quando será a primeira vez que o bebé vai rebolar. E sabem que mais? O bebé não avisa que o vai fazer. Simplesmente o faz. Por isso é extremamente importante não o deixar em sítios altos como no muda fraldas, numa cama sem proteção, no sofá, no ovo sem que esteja devidamente preso, …
Precisam de ir à divisão do lado buscar algo, o bebé está em cima do muda fraldas e vocês demoram apenas cinco segundos? Cinco segundos poderá ser o suficiente para um acidente.
Se não têm por perto um sítio seguro para deixar o bebé, deixa-lo no chão é sempre uma boa opção.
Ainda em relação ao ovo, só existem dois sítios onde o deverão pousar: nas bases próprias (do carrinho ou do vosso carro) e no chão.
2. Proteger as tomadas
Quando o bebé começa a gatinhar, o perigo mais imediato são as tomadas. Não há bebé que resista à curiosidade de colocar um dedo cheio de babinha numa tomada. Existem vários tipos de protetores de tomada. Cá em casa utilizamos uns com cola e o Vicente nunca os tirou. No entanto, há bebés que os conseguem remover e como tal existem outras opções no mercado.
Estas são as proteções das tomadas da nossa casa e da casa dos avós (sim porque eles já foram obrigados a redecorar as suas casinhas!). Aproveitamos a feira do bebé do Continente para comprar o nosso kit de segurança. Sinceramente não andamos a comparar preços mas existem vários sítios onde podem comprar todos estes acessórios: hipermercados, IKEA, AKI, Leroy Merlin, Wells, ...
A Wells vende estes kits de segurança infantil que já trazem bastantes acessórios. É uma boa opção. ;)
Este kit traz também proteções parar portas, armários, quinas dos móveis, janelas e outros.
3. Ter cuidados com os móveis
As quinas dos móveis conseguem fazer valentes estragos na carinha e cabeça dos nossos bebés. Existem capas protetoras que ajudam a amortecer a pancada!
Mas os acidentes com os móveis não ficam por aqui! As crianças são super criativas e conseguem sempre descobrir alguma brincadeira que desafia o perigo. As gavetas de um móvel alto depressa são convertidas em escadas, os puxadores das gavetas são uma boa atração para o bebé se pendurar, … etc, etc.
O quarto do Vicente é todo IKEA e reparamos que todos os móveis traziam o apelo para que fossem fixos à parede de forma a evitar que os mesmos caíssem em cima das crianças. Quem te avisa, eu amigo é. :)
É impressionante como os nossos filhos se transformam em autênticos macaquinhos e trepam para cima de tudo. Cuidado com os móveis baixos perto de janelas. Não há como evitar que a criança suba para cima de um móvel mas há protetores que evitam que esta consiga abrir uma janela.
4. Tornar a cozinha um lugar seguro
Ai as cozinhas! O meu filho adora comer e sempre que pode vai à cozinha ver se encontra alguma coisa para petiscar.
Todo o cuidado com os fornos é pouco. Fornos quentes é o mais obvio mas quero destacar aqui um hábito que muitas pessoas têm e que o deverão repensar se tiverem filhos: guardar frigideiras com óleo dentro do forno. O meu forno está muito próximo do chão e, como tal, o Vicente consegue mexer nos botões. Facilmente uma criança consegue ligar um forno. Agora imaginem que o vosso filho liga o forno sem vocês se aperceberem, estando uma frigideira cheia de óleo lá dentro. Assim, não guardem frigideiras com óleo dentro do forno.
Quando cozinharem, tenham atenção para não deixarem as asas/pegas dos tachos e frigideiras viradas para fora. As crianças quando querem conseguem ganhar uns centímetros e chegar a sítios impensáveis. Se as asas/pegas estiverem ao seu alcance, facilmente a comida quente cairá em cima delas.
Cuidado com o comprimento da toalha de mesa. Uma forma fácil das crianças alcançarem o que está em cima da mesa (copos, pratos, talheres (facas), comida, …) é puxar a toalha. Por isso tentem não ter toalhas muito compridas.
É na cozinha que guardo os detergentes. O Vicente já descobriu o maldito armário e ficou encantado com a variedade de cores que lá existe. É claro que este armário já se encontra devidamente fechado, caso contrário, corria o risco de encontrar o meu filho a comer uma pastilha da maquina de lavar a loiça ou a fazer bolhinhas de sabão (isto para não falar na assustadora possibilidade de o encontrar a beber lixívia!)
É preciso ter iguais cuidados com os armários onde guardamos a loiça e os medicamentos. Atenção àqueles xaropes super doces que as crianças adoram, deixem-nos bem longe, antes que a vossa criança se lembre os beber como se fosse sumo.
5. Proteger as escadas
A primeira vez que o Vicente esteve perante degraus foi na igreja. Estava eu descansada a assistir à missa quando reparo que o meu filho que estava a brincar no chão com uma bolinha e que nunca tinha subido um degrau já estava no altar quase ao pé do padre. Foram três degraus que ele subiu pela primeira vez a uma velocidade inimaginável.
Para quem tem casas com escadas, existem portões específicos que evitam que a criança se aventure pelos degraus.
6. Não deixar recipientes com água onde a criança os consiga alcançar
Basta uns centímetros de água para uma criança se afogar e isso é assustador. Os baldes de água são apetecíveis para as crianças por isso quando estiverem a limpar a casa e por algum motivo não querem despejar logo o balde, deixem-no num sítio seguro.
E o que têm vocês para partilhar comigo? Qual foi o maior susto que apanharam com os vossos filhos?
Volto para a semana sem falta. ;)
Um grande beijinho para todos,
Flávia
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