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O MATEUS ESTÁ A CHEGAR: OS MEUS MEDOS E RECEIOS

Este era um daqueles Estendais que estava ali guardado nos rascunhos, quase pronto para publicação. Reli-o e sorri ao ver como, de repente, os meus medos e receios mudaram drasticamente, ou pelo menos passaram a estar hierarquizados de outra forma.



Quem me conhece sabe que adoro planear a minha vida ao pormenor. A gravidez do Mateus veio antecipar os meus planos para ser mãe de segunda viagem mas foi muito fácil adaptar-me a este maravilhoso desvio do plano.


Depressa comecei a replanear a minha vida. Mas não é que o meu plano foi novamente boicotado?! Desta vez por um maldito vírus que anda por aí à solta e que nos colocou a todos de quarentena. E como é que uma pessoa se adapta a esta realidade? Vivendo um dia de cada vez e não fazendo planos.

Numa segunda gravidez, existem medos e receios comuns a todas as grávidas. Qualquer mãe de segunda viagem receia, por exemplo, a reação do irmão mais velho ao novo elemento da família. Eu não sou exceção e estou muito curiosa (não tanto receosa) para ver o que o Vicente fará quando vir o mano.

Mas as mães de segunda viagem também têm tendência para pegar nos pontos negativos da primeira experiência e tentar arranjar forma de não os repetir na segunda. E mais uma vez, eu não sou exceção.

Hoje falo sobre o parto, a amamentação e as visitas, que foram aqueles três grandes aspetos que não correram da forma que eu idealizei e, adicionalmente, falo sobre a logística da creche que era algo que andava aqui a pairar nos meus pensamentos e a inquietar-me. 


PARTO
Vocês sabem que no meio dos meus sonhos existe um parto mágico (leia-se parto normal, sem instrumentos, com a presença do pai, com muitas lágrimas de emoção, contacto pele com pele, etc, etc, ...) Com o Vicente em posição pélvica (sentado!) deparei-me com a inevitável cesariana.

É aconselhado que um parto vaginal ocorra, no mínimo, 24 meses após a cesariana. Alguns especialistas defendem os 18 meses enquanto que outros, mais relaxados, defendem os 15 meses. O Vicente e o Mateus terão uma diferença de 18 meses.

Com o Mateus em posição cefálica (de cabeça para baixo a fazer um pino perfeito!) e com uma distância temporal aceitável entre a cesariana e as 40 semanas de gestação, se entrar em trabalho de parto espontaneamente, terei o tão desejado parto vaginal. Mas uma parte da magia não vai lá estar.

Embora estejam novamente a permitir que os pais assistam ao parto, se continuarmos em estado de emergência (que é o mais certo), não temos com quem deixar o Vicente e, desta forma, o Fábio terá de ficar em casa com ele e não só não irá assistir ao parto, como só irá conhecer pessoalmente o Mateus quando nos for buscar ao hospital.

Não era isto que eu tinha idealizado mas obviamente que o mais importante é que o Mateus nasça bem e com saúde. E, caramba, a minha mãe não teve o meu pai ao pé dela quando eu nasci e nem sequer levou epidural. Vamos mais longe ainda: a minha avó pariu em casa sozinha! E eu estou aqui com medo do quê afinal?!

Mas confesso que o estar sozinha não é o que mais me atormenta. Fico triste quando penso no Fábio. Sei bem o quanto lhe está a custar toda esta ideia de não poder estar lá para nós. Sei bem o quanto isto o derrota por dentro, embora ele não o demonstre. Mas sei que, acima de tudo, ele só quer que corra tudo bem e que voltemos depressa para casa.

Desejos para o parto do Mateus: que corra tudo bem (com parto vaginal ou cesariana, com ou sem a presença do pai).


AMAMENTAÇÃO
A minha primeira experiência com a amamentação foi um total fracasso. Estava completamente focada em não voltar a cometer os mesmos erros. Já tinha falado com a minha enfermeira de família e com uma médica pró-amamentação que me iriam auxiliar nos primeiros dias e também já tinha pesquisado preços de CAM (Conselheiras de amamentação) que, btw, são assustadores.

Enfim, agora vou estar por minha conta! E se a amamentação voltar a não correr bem, cá me entenderei com o leite artificial ;)

Desejos para a amamentação: com leite materno ou artificial, que o baby não passe fome!


VISITAS
Sou apologista de que as visitas ao recém nascido só deveriam começar depois do primeiro mês de vida. Claro que se aplicam algumas exceções. Quando o Vicente nasceu, foi uma loucura. Tínhamos a casa cheia aos fins de semana, as visitas eram demoradas e não tínhamos tempo para descansar.

Desta vez estava decidida a não ceder à vontade do meu marido. Sim, ele achava que não tínhamos o direito de proibir a nossa família e amigos de conhecer o nosso filho logo nos primeiros dias! Felizmente ele já mudou de opinião. :)
 
E pronto! Parece que a vontade me foi feita. Desta vez não vou ter visitas.

De ninguém. Zero. Zerinho! Ninguém virá conhecer o Mateus. Não virão os avós. Não virão os tios. Nem virá a prima Francisca (que, ficam já a saber, também tem um Mateus dentro da sua barriga!!!!). Teremos a casa vazia e continuaremos sem tempo para descansar. E não me parece que esta ausência de visitas vá durar apenas um mês.

O Mateus não vai ter visitas e a mamã do Mateus também não. Isto significa que não vou receber aquele abraço mega apertado da minha mãezinha que tem o poder de afastar todos os medos e receios que as malditas hormonas trazem. Terei de me contentar com as videochamadas.

Desejos para as visitas: que possam vir cá a casa o mais depressa possível e que fiquem o tempo que quiserem!


CRECHE
Tanto que eu pensava na logística tramada que seria ter de ir levar/buscar o Vicente à creche levando um recém-nascido atrás. Já tinha chegado à conclusão de que a utilização de um sling seria a solução que me iria facilitar a vida.

Surpresa das surpresas: muito provavelmente as creches irão continuar fechadas e esta logística que aparentava ser aterrorizadora foi substituída por uma ainda pior: vou ficar em casa sozinha com um recém nascido e com uma criancinha de ano e meio. Não faço a mínima ideia de como será. Desconfio que vou dar em louca mas certamente irei sobreviver. :)

Desejos para a creche: que abra o mais depressa possível.


Já dizia a minha colega Rita, "por mais planos que faças, aquilo que realmente tem impacto na tua vida surge de forma inesperada". Já disse que ela é uma sábia, não disse?!

Portanto, não vale a pena fazermos muitos planos e muito menos sofrer por antecipação. A vida consegue surpreender-nos e trocar-nos as voltas.

Hoje faço 36 semanas de gestação. As malas já estão prontas. Estou em contagem decrescente para receber o meu segundo gordinho. Será como e quando tiver que ser.

Até lá, vou continuar por casa, a proteger-me a mim e a este bebé.
Vocês façam o mesmo.

Beijinhos,
Flávia


Comentários

  1. Primeiro ponto - Estás linda linda linda!

    Segundo ponto - O meu primo é realmente um gato!

    Terceiro ponto - Que o Mateus chegue rapidinho, cheio de saúde e que faça a vontade á mamã de lhe dar um parto normal!
    Ao menos isso, ao menos isso!😊

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oh :)

      Obrigada pelo primeiro ponto. Não poderia concordar mais com o segundo e estou a torcer pelo terceiro. :)

      Um enorme beijinho

      Eliminar
  2. Estava a ler o teu post e a pensar no que escreveste no fim! E sim, não sofras por antecipação! A realidade na maior parte das vezes surprende-nos, na maior parte das vezes de forma positiva...e quando não é...resolvemos!!!! Um grande beijinho e vais ver que corre tudo bem! Se quiseres liga!!! Estou sempre disponível!

    ResponderEliminar
  3. Flávia sabes que adoro o que escreves... ��
    Não te preocupes com o parto. Eu andava com medo que o Miguel nascesse antes do tempo porque dizem que, quando há pouco tempo entre 2 partos vaginais, é mais provável o segundo nascer antes do tempo... depois passou as 36, as 37, as 38, as 39.... e nada... o Miguel estava tão bem no forninho que não lhe apetecia sair... mas depois nem deu tempo para levar a epidural...
    Quanto a estares em casa com um recém-nascido e uma criança não te preocupes porque se não dei em maluca tu também não vais dar...
    Cuida-te, cuida de vocês e não te preocupes que vai tudo correr bem...
    Beijinho grande e um abracinho muito apertadinho

    ResponderEliminar

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