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O MEU CORPO DEPOIS DE DUAS GRAVIDEZES

Sempre tive complexos com a minha barriga e talvez por isso, uma das coisas que maior gozo me deu durante as gravidezes foi o poder ter uma barriga grande e isso ser bonito.


Confesso que durante a gravidez do Vicente não tive grandes preocupações com o meu corpo. Usava um creme todo XPTO para as estrias mas nada mais do que isso: não fazia exercício físico e não me preocupava com a alimentação. "Depois do baby nascer preocupo-me com o corpo" dizia eu sem qualquer receio. E foi assim que engordei 16 Kg!

Foram precisos 10 meses para recuperar o meu peso. Com muita educação alimentar, exercício físico e muita força de vontade consegui atingir um peso inferior ao que tinha quando engravidei do Vicente. Não estava ainda com uma barriguinha de sonho mas estava no bom caminho.

E eis que, de repente, me lembro de engravidar e lá se foi o projeto "barriga lisa". Mas nesta segunda gravidez o pensamento foi o de facilitar o meu pós-parto e portanto tive muito cuidado com a alimentação durante toda a gestação.

E foi assim que engordei apenas 8 Kg. Isso mesmo, metade do que engordei na primeira gravidez.

O Mateus faz amanhã 3 meses e já recuperei o peso ganho. Hoje vi na balança um número que não via desde 2007. Mas, infelizmente, o peso não é tudo. O meu corpo não está em nada parecido com o que era antes.

Se isto me deixa triste? Hum... seria bonito dar uma resposta como "Claro que não. Tenho uma família maravilhosa. Que importância tem o corpo?" mas não consigo.

Não tenho problemas em admitir que o meu novo corpo me deixa triste. Tenho de facto uma família maravilhosa que me faz feliz e a qual não trocaria por nada, mas mesmo nada, nesta vida. Mas o meu corpo não deixa de ter importância. Uma importância secundária claro, mas a suficiente para me incomodar.

Vejo muitas mulheres falarem orgulhosamente de todas as marcas de amor que os seus corpos adquiriram como consequência da gravidez. Algumas até colocam fotografias com o seu novo corpo e exibem-no sem qualquer problema. Quanto a mim, falo orgulhosamente da minha cicatriz pois esta marca-me enquanto mãe. Gosto dela, confesso. Mas quanto à outras marcas de amor..., acho que já são demasiadas para um corpo só!

Esta semana estive particularmente zangada com os espelhos cá de casa. Não me mostram o que quero ver. Desanimei e mentalizei-me de que jamais voltarei a ter um corpo bonito. Claro que é nestes momentos que surgem as amigas a dizer coisas motivadoras e a mostrar-nos que estamos a pintar um quadro negro sem necessidade. Hoje já estou mais confiante e acredito que tudo é possível.

É curioso como nestes momentos, pelo menos pela minha experiência, a palavra dos nossos companheiros não nos serve de muito. Nós vemos algo feio no espelho mas eles nunca nos confirmam isso. Vêm sempre com palavras bonitas e adjetivos bastante atrativos nos quais nós não acreditamos minimamente. Eles mentem!

Na verdade os homens têm um papel muito complicado. Se nos disserem que estamos bonitas, nós não acreditamos e atacamo-los logo. Mas se nos confirmam aquilo que nós já sabemos, puff... acabam de comprar uma discussão. Nós somos muuuuito complicadas. Pelo menos eu sou. Admito que gosto de complicar a vida do Fábio (mas olhem que ele safa-se muito bem!).

Mas continuando, é por ter andado desanimada durante esta semana que hoje falo sobre o meu corpo. Tenho a certeza que muitas mulheres já passaram ou estão a passar pelo mesmo que eu: um desânimo enorme no que respeita a nossa aparência física. O que quero dizer é que não tem mal nenhum não estarmos satisfeitas e desejarmos ter o corpo que tínhamos antes de engravidar. Não é isso que nos faz ser não merecedoras desta bênção que é ser mãe.

Nós somos mães, mas também somos mulheres, caramba!!!


E em jeito de conclusão, quero destacar 3 coisas:
(1) O impacto de uma gravidez não é o mesmo em todas as mulheres;
(2) O facto de não ter deixado o meu corpo recuperar totalmente da primeira gravidez ajudou a que não esteja como gostaria que estivesse; e
(3) O desânimo que existe quando me olho ao espelho é momentâneo. A felicidade que sinto por ter a família que tenho é permanente. 

E com isto, vou para o fim de semana de cabeça erguida e feliz.

Que tenham um ótimo fim de semana,

Flávia

NOTA: Para quem está tentado a deixar-me comentário a elogiar a minha aparente boa forma física que se vê na foto, reparem que estou com um fato de banho preto que tudo disfarça para não falar da barriga que quase tocava nas costas de tão encolhida que estava! E vá lá, embora me queixe do meu corpo, tinha de colocar aqui uma foto em que eu esteja relativamente bem. ;)



Comentários

  1. Nada tem mal nenhum. Estejamos confiantes ou não com o corpo alterado por uma gravidez, só cada uma é que sabe.

    O meu filho já vai quase com 2 anos e meio, em 4 meses recuperei dos 20kgs da gravidez. Ok, Voltei a vestir a minha roupinha, mas e o resto que a roupa esconde e que só nós é que vemos? É esse resto que nos martiriza muitas vezes. Há quem se vá habituando e acaba por se conformar, há as que nunca se conformam e precisam de uma ajudinha extra ;) um dia quem sabe...

    Acima de tudo, amamos os nossos bebés, mas precisamos gostar de nós. O que os outros dizem até pode ajudar, mas é a nossa cabecinha que manda.

    Um Beijinho a ti e ao Fábio, e um xi <3 aos pequeninos.

    ResponderEliminar
  2. Eu estou de relações cortadas com a balança... Só me peso quando vou ao médico... Já recuperei o peso que tinha antes da primeira gravidez mas tenho de "fechar" a boca para voltar a ter o corpo que já tive.
    Ainda há dias me disseram que estava magra e eu tinha acabado de me olhar ao espelho antes de sair de casa, sentia-me um pote, mas respondi "deve ser da roupa". A senhora quis ser simpática e agradeci, mas sei o corpo que tenho, como me sinto e o corpo que quero ter. E um dia vou conseguir!
    Beijinho grande

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É isso mesmo! Um dia vamos conseguir. Mas se pudéssemos estalar os dedos e voltarmos a ter o corpo que tínhamos era tão mais fácil!!!

      Um gigante beijinho para ti 😘

      Eliminar

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